ITINERÁRIO A ASSIS - 21 - Monte Alverne




















Às 11h40 deste domingo, dia 16/09, num surpreendente dia ensolarado, chegamos ao Monte Alverne. Metade da viagem de três horas e cinquenta minutos fizemos observando a paisagem da Itália com algumas informações culturais, e a outra metade fizemos em prece e silêncio. Não se pode chegar ao Alverne de qualquer jeito. É o Santuário da Transfiguração, do Calvário, da Cruz, das vigorosas rochas, das evocativas cavernas, dos sinos, dos tetos de pedra, dos cantinhos sagrados, da procissão de cada dia, da obra em alto relevo de Andrea della Robbia. Francisco chegou aqui em 1214, nós que chegamos aqui em 2012... e  o que podemos dizer?

Nas fendas das imponentes pedras um testemunho: Deus falou gravando em Francisco as marcas da Paixão. Capaz de amar, capaz de sofrer por amor. Um longo itinerário de Amor o fez igualzinho ao amado. Aqui, ele recebeu os Estigmas. As marcas do Iniciado; as marcas do dedo divino do Amor que moldou nele a consanguinidade da Cruz e Paixão. Aquele que deixou tudo o que era o status do agradável sobre a terra, recebe as Chagas. Dor humilhante e torturante? Não! Glória da identificação com o Mestre. Francisco sempre buscou algo que não fosse uma glória passageira, mas agora traz na pele a certeza da glória eterna. Sangrou de amor seu coração de dentro para fora e de fora para dentro. Neste lugar, ele teve um encontro com o Anjo; foi o coroamento de seu caminho de pobreza em direção ao Crucificado. Um dia este Crucificado lhe falou, hoje trocou com ele de lugar no madeiro, crucificando-o em sua própria carne.

E hoje estamos aqui... Depois de nos instalarmos na hospedaria dos peregrinos, almoçamos e fomos a procissão da Hora Noa, às 15 horas. A procissão saiu da Basílica e foi até a Capela dos Estigmas. Nem podíamos acreditar! Estávamos ali onde espelhou-se a dor e o amor. Pés, mãos e coração com as feridas da Cruz. Abaixo, um rochedo enorme mostra o tamanho deste amor abissal. Uma montanha inteira é testemunha, as árvores e as pedras, os pássaros e o falcão, tudo enfim são testemunhas de que este Poverello purificou-se através do sofrimento. Um sofrimento pleno de sentido.

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Comentários

Denise Pires disse…
Maravilha pura! Estar no Alverne, no Alverne, na véspera do dia da Festa da Impressão dos Estigmas. Uma emoção ímpar, algo inigualável. Hoje eu peregrinarei até a Igreja de S. Francisco das Chagas ao lado do Convento de Sto Antônio, como faço todos os anos e estarei pensando no grupo peregrino de vocês que por obra de Deus, pode estar no Alverne no dia 17 de setembro de 2012. Boa Festa para todos!

Abraços.
Denise.
Anônimo disse…
Frei e a todos(as) PAZ e BEM!!!

Maravilhoso este lugar, podemos sentir a imensidão do Amor de Deus, a plenitude da natureza - quase virgem - as fendas na rocha, o verde musgo, o silêncio, a paisagem, o local da impressão dos estigmas, enfim, tudo transpira e exala a divindade amorosa de nosso Deus e o ápice da Jornada de nosso Seráfico Pai não poderia ter sido em lugar mais especial e místico do que esse; como se não bastasse as ações ao longo de sua vida, aí visivelmente foi marcado com os sinais do sagrado, aí de fato, ele se fez, ou melhor, nele se fez o Espelho da Perfeição.
Abraços Fraternos!
ALESSANDRO, MAIRA, OTÁVIO e HEITOR
moema disse…
queridissimo Frei Vitório, irmãos e irmãs fransciclarianos

que maravilha poder acompanhar com vocês esta linda peregrinação. Quanta emoção, quanta verdade!! Obrigada por permitirem que estejamos com vocês nesta hora tão abençoada!
Paz e bem!
Moema
Rosana Padial disse…
A ida ao Alverne nos parece que foi com a luz e a força proposta pelo lugar, que a alma traduz! E como vc consegue traduzir em palavras!
Lugar onde se transforma, mas principalmente se consolida as transformações!

Ótimo caminho!
Anônimo disse…
Salve frei Vitório! O senhor organiza excursões a Assis? Pretendo ir em fins de maio de 2014 pra lá. Obrigada! Rosane