ITINERÁRIO A ASSIS - 15



























Dia (10/9) para ficar para sempre encravado no melhor de nossas lembranças! Chegamos à Porciúncula às 8h45 e fomos entrando no natural clima de prece do lugar. Às 9h30, entramos para celebrar na mítica capelinha de Santa Maria dos Anjos. Cantamos refrões leves e profundos como que balbuciando. Uma Missa piedosa e profunda. Destacamos o berço da Fraternidade, a casa e colo da Ordem. Falamos da importância da Mãe em nossa vida franciscana. Após a celebração, nos recolhemos na capela de San Francesco del Pianto, lugar que lembra o seu choro pela Paixão do Senhor.

Fizemos uma longa, rica e sincera revisão de vida. Foi o momento da Reconciliação. Nossas naturais e sinceras lágrimas eram a prova de que o nosso corpo, mente, alma e coração estavam ligados na hora e no significado daquele momento. Foi nosso Perdão de Assis, nossa Indulgência da Porciúncula. Em seguida, com a nossa casa interior arrumada, voltamos para o almoço e nos preparamos para a grande experiência à tarde.

Às 15h30, cada um saiu andando pelas ruas de Assis até nos encontrarmos em frente a São Damião. Ali começamos uma caminhada de 5 km pelos campos, rumo a Santa Maria dos Anjos. Queríamos refazer duas experiências: a do peregrino e da trilha que Francisco e seus frades primitivos sempre fizeram nestes dois lugares fontais.

Como peregrinos, experimentamos o “pellegrinaggio” medieval. Peregrinação vem de “pellagro”, do latim, que quer dizer o campo. Andar pelos caminhos do campo, sozinho, num confronto pessoal com Deus. Claro que não fomos sós, mas em grupo fizemos boa parte do caminho em silêncio. Refletimos que na vida espiritual tudo começa por um passo e que este passo tem que ser dado. Contemplação é ver a beleza e o ritmo dos próprios passos. Enfrentamos decididamente o sol forte e o calor da tarde. De onde tiramos forças? Olha que no grupo temos pessoas próximas aos 70 anos e algumas que passaram disto. Temos a geração que vai de carro comprar pão na padaria da esquina. Temos gente que  nunca tinha andado tanto! E fomos decididos e com perseverança. Quanta superação! Provamos que quando o coração está cheio de fé e vontade, suplantamos o cansaço. Fizemos duas paradas para leitura das Fontes, partilha e preces e, com isso, vencemos o percurso em duas horas precisas.

Em silêncio, com cantos bem escolhidos, com o terço na mão e o olhar para a encosta do Subásio, porque de lá nos espiava Assis; trocamos olhares de cumplicidade e comprometimento com a cidade e seu Espírito. Paramos na casa Gualdi e, no lugar que Francisco abençoou a cidade antes de morrer; trocamos bênçãos. Chegamos à Santa Maria dos Anjos às 17h30. Fizemos a última dezena do terço, consagramo-nos à Mãe de Deus e vibramos de alegria por termos conseguido! Nesta noite estamos com o corpo marcado por alguma dor muscular, mas vocês nem podem imaginar como a nossa alma está leve e como estamos felizes! E ainda encontramos forças para fazer, às 20h30, a nossa Serenata na Praça central da cidade. Cantamos para Assis e para o mundo que passava ali em tantas línguas. Muitos dançaram conosco, entraram em nossa roda, vibraram com nossa alegria. Estamos nos despedindo da cidade de Assis, amanhã seguimos para o Vale de Rieti.

Concessão da indulgência a São Francisco 






















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Comentários

Anônimo disse…
Ah, Frei Vitório, Celebraram na Porciúncula, uma Missa na Porciúncula, que maravilha, que beleza! Depois seus tempos de peregrinar e a serenata na Praça, imagine, cantando para Assis e dançando junto com outros passantes. Um poema essa viagem, essa peregrinação.

Abraços para todos.
Rosana Padial disse…
A PAZ ... estado de espírito que se conquista!!
Ao meu ver ajuda quando corpo e alma equilibram-se no movimento!
A PAZ para mim vem do apelo do coração que as mãos e todo o corpo escuta e realizar!! Não adianta SENTIR SEM FAZER!.
Muito prudente o esforço corporal para que a alma pudesse sentir!!

A PAZ VEM DO BEM QUE SE FAZ! E VICE VERSA!