A Trindade, Francisco e a nova criação -10
3. Caminhos da reflexão teológica
Este dados seminais foram sistematizados pela reflexão cristã durante os primeiros séculos. Como entender minimamente haver três pessoas divinas sem com isso triplicar Deus? Como conciliar a trindade de pessoas com a unicidade de um único Deus? Como em todas as coisas, também aqui, na reflexão trinitária, a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Situações culturais e sociais condicionam as formas de sistematização, todas elas insuficientes face à riqueza contida na realidade da comunhão das divinas pessoas.Cristãos vindos do paganismo, principalmente os romanos, confrontavam-se com a necessidade de superar o politeísmo reinante. Urgia enfatizar a fé num único Deus. Neste contexto pregar, sem maiores explicações, sempre difíceis, a fé na SS. Trindade era dar a impressão de continuar no mesmo politeísmo, apenas reduzido a três deuses. Para manter a concepção trinitária de Deus e obviar o politeísmo, sistematizavam assim sua fé em três divinas pessoas: importa partir da unidade; o credo nos orienta a isso, mandando-nos professar: “creio em Deus, Pai todo-poderoso”. Essa unidade é a natureza divina única. Essa natureza, entretanto, é viva, dinâmica e espiritual. Quando se mostra como origem de tudo, eterna, sem princípio e sem fim, se chama Deus-Pai. Quando se volta sobre si mesmo, se autoconhece e projeta uma imagem de si mesma, se chama Deus-Filho. Quando Deus-Pai e Deus-Filho se voltam um para o outro, se conhecem e se amam, emerge também uma imagem de união e comunhão que é o Deus-Espírito Santo. Temos, pois, três Pessoas que realizam o único Deus vivo, dinâmico, espiritual e eterno.
Este dados seminais foram sistematizados pela reflexão cristã durante os primeiros séculos. Como entender minimamente haver três pessoas divinas sem com isso triplicar Deus? Como conciliar a trindade de pessoas com a unicidade de um único Deus? Como em todas as coisas, também aqui, na reflexão trinitária, a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Situações culturais e sociais condicionam as formas de sistematização, todas elas insuficientes face à riqueza contida na realidade da comunhão das divinas pessoas.Cristãos vindos do paganismo, principalmente os romanos, confrontavam-se com a necessidade de superar o politeísmo reinante. Urgia enfatizar a fé num único Deus. Neste contexto pregar, sem maiores explicações, sempre difíceis, a fé na SS. Trindade era dar a impressão de continuar no mesmo politeísmo, apenas reduzido a três deuses. Para manter a concepção trinitária de Deus e obviar o politeísmo, sistematizavam assim sua fé em três divinas pessoas: importa partir da unidade; o credo nos orienta a isso, mandando-nos professar: “creio em Deus, Pai todo-poderoso”. Essa unidade é a natureza divina única. Essa natureza, entretanto, é viva, dinâmica e espiritual. Quando se mostra como origem de tudo, eterna, sem princípio e sem fim, se chama Deus-Pai. Quando se volta sobre si mesmo, se autoconhece e projeta uma imagem de si mesma, se chama Deus-Filho. Quando Deus-Pai e Deus-Filho se voltam um para o outro, se conhecem e se amam, emerge também uma imagem de união e comunhão que é o Deus-Espírito Santo. Temos, pois, três Pessoas que realizam o único Deus vivo, dinâmico, espiritual e eterno.
Texto de Frei Vitório Mazzuco, OFM, e Leonardo Boff
Amanhã, continuação do subtítulo “Caminhos da reflexão teológica”
Comentários