A Compreensão Franciscana do Homem - 16ª parte


7. A “Floresta dos símbolos”
O medieval está sempre empenhado em decifrar. Gosta do simbólico e nele vive imerso. O símbolo está presente na arquitetura eclesial, nas cerimônias, nas formalidades políticas, nas bandeiras e estandartes, nos emblemas, nas armas, nas legendas, em todas as alegorias.Este aspecto é sempre direcionado para o espiritual, nada pode destruí-lo porque se orienta para a luz. Faz parte deste núcleo humano e lhe abre tantas portas de compreensão. Esta é a diferença entre o medieval e o moderno. Nós, hoje, pela displicência quanto ao valor simbólico das coisas, esvaziamos e mecanizamos o sentido de tudo. Naquele tempo o símbolo conferia, mesmo às palavras, um fervor todo especial, contemplativo, desvelado (22).
Com esta visão do Homem vai vivendo a sua tensão, sobretudo as duas tensões fundamentais: fé e a realidade do mundo, a imanência e a transcendência. Francisco viveu isto em sua carne e espírito e inculcou esta tensão em seus frades, e de um modo quase exclusivo e transcendente. Esta era a sua “Weltanschauung”, a alegoria da realidade mundana, transitória e caduca, suspensa entre o nada e a nova realidade escatológica. Esta é a expressão simples e genuína da esperança franciscana (23).

(22) Sobre os símbolos medievais, cf. M. M. Davy, Introduzione al Medioevo, Milão, Jaca Book, 1981; G. de Champeaux-S. Sterckx, I Simboli del Medio Evo, Milão, Jaca Book, 1981
(23) S. Nicolosi, Medioevo Francescano, Roma, Borla, 1983, 229-230.

Imagem de São Jorge: simbolismo medieval

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