FIDELIDADE AO SENHOR


Francisco sabia que era tocado pela graça, mas para exercitar a humildade se considerava um pecador. Quanto mais sentia a graça de Deus que o preenchia, tanto mais experimentava sua impotência, seus limites e sua prostração. Por isto colocaram em seu pensamento a certeza de que o Amor não era suficientemente amado. E dizia com frequência aos irmãos: “Ninguém deve lisonjear-se com aplauso injusto de tudo aquilo que um pecador pode fazer. O pecador pode jejuar, rezar, chorar, macerar a própria carne. Mas isto não pode: ser fiel a seu Senhor. E assim, nisto devemos gloriar-nos: se rendermos a Deus a sua glória e, servindo-o fielmente, atribuirmos a ele tudo o que ele nos concede. O maior inimigo do homem é a carne; ela não sabe ensinar nada para afligir-se, não sabe prever nada para temer. O empenho dela é abusar das coisas presentes. E o que é pior, ela transfere para a sua glória o que foi dado não a si, mas à alma. Ela colhe o louvor das virtudes, o aplauso exterior das vigílias e orações. Nada deixando à alma, exige até mesmo a esmola das lágrimas” (2Cel 134). A nossa glória é esta única observância, fiéis até o fim, em levar cada dia a Paixão do Senhor, para vencer o único e grande inimigo: o egoísmo em si mesmo.

Continua

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