Uma pergunta existencial presente no Salmo 8 - II
Gênero literário
O Salmo 8 pertence ao Gênero Literário dos Hinos. E a característica principal desta família dos Salmos é o louvor a Deus. Um louvor gratuito e desinteressado que pode ser motivado a partir do que Deus é em si mesmo ou do que Ele fez ao Povo de Israel.Este gênero tem a sua origem na celebração, no rito, na liturgia. Nasceu para comemorar um acontecimento histórico de Deus intervindo na vida, nasceu da gratidão cantada e rezada nas festas anuais, no culto.
Tem uma divisão muito simples: Introdução, Corpo, Conclusão. Falemos de uma maneira sintética de cada uma destas partes.Na introdução se convida ao louvor. Este convite é dirigido a seres diversos: os da terra, do céu, do mar etc. Tem um motivo: o nome de Deus deve ser lembrado e louvado por causa de seus atributos e suas obras.O Corpo diz o porquê do louvor. Este louvor deve ser muito bem motivado, direcionado à lembrança da grandeza de Deus e de suas obras prodigiosas, a natureza, a história, a benevolência especial com o povo de Israel e com os justos. Nesta parte o poeta conta o quanto a história e a teologia têm revelado Deus.
A conclusão faz uma síntese do tema ou repete o começo com um novo convite ao louvor.Qual a importância destes detalhes em referência à pergunta existencial? Se este Salmo pertence aos Hinos é evidente que está ligado à celebração, ao rito. Sabemos a importância do rito e nem precisamos detalhar o seu significado aqui. Mas rito é a repetição do mesmo. É uma grande possibilidade de encontro. Numa liturgia, ao se repetirem ritualmente tantas verdades, o homem não pode fugir de refleti-las, de medir-se com a força das palavras, deve meditar, contemplar, memorizar. O rito traz refrões, versos, rimas, palavras bem definidas que portam toda uma bagagem de vida e experiência. Vem das cavernas profundas da divindade, da humanidade. Porque contemplo o céu eu pergunto (cf. v.4). A repetição é um método místico de se fazer aquilo como se fosse a própria respiração. Se você se embala nisto chega a uma fascinante iluminação, chega a um encontro com o Senhor que é a verdade de seu coração. É sacar as energias que brotam de dentro das fórmulas, é perceber a força divina que está naquela repetição de palavras. Por isso, os salmos eram recitados e até hoje continuam a ser recitados. Oração não é algo idílico, de elevação da mente, de louvação sentimental, êxtase... mas é, com um trabalho muito sério, tirar para fora uma inspiração que está ali. Para este ofício a liturgia, o rito, a celebração também ajuda muito.Na repetição do rito o homem vai aprendendo a não se distrair mas a dialogar com as suas perguntas.
Amanhã, continuaremos com a “Estrutura do Salmo”
O Salmo 8 pertence ao Gênero Literário dos Hinos. E a característica principal desta família dos Salmos é o louvor a Deus. Um louvor gratuito e desinteressado que pode ser motivado a partir do que Deus é em si mesmo ou do que Ele fez ao Povo de Israel.Este gênero tem a sua origem na celebração, no rito, na liturgia. Nasceu para comemorar um acontecimento histórico de Deus intervindo na vida, nasceu da gratidão cantada e rezada nas festas anuais, no culto.
Tem uma divisão muito simples: Introdução, Corpo, Conclusão. Falemos de uma maneira sintética de cada uma destas partes.Na introdução se convida ao louvor. Este convite é dirigido a seres diversos: os da terra, do céu, do mar etc. Tem um motivo: o nome de Deus deve ser lembrado e louvado por causa de seus atributos e suas obras.O Corpo diz o porquê do louvor. Este louvor deve ser muito bem motivado, direcionado à lembrança da grandeza de Deus e de suas obras prodigiosas, a natureza, a história, a benevolência especial com o povo de Israel e com os justos. Nesta parte o poeta conta o quanto a história e a teologia têm revelado Deus.
A conclusão faz uma síntese do tema ou repete o começo com um novo convite ao louvor.Qual a importância destes detalhes em referência à pergunta existencial? Se este Salmo pertence aos Hinos é evidente que está ligado à celebração, ao rito. Sabemos a importância do rito e nem precisamos detalhar o seu significado aqui. Mas rito é a repetição do mesmo. É uma grande possibilidade de encontro. Numa liturgia, ao se repetirem ritualmente tantas verdades, o homem não pode fugir de refleti-las, de medir-se com a força das palavras, deve meditar, contemplar, memorizar. O rito traz refrões, versos, rimas, palavras bem definidas que portam toda uma bagagem de vida e experiência. Vem das cavernas profundas da divindade, da humanidade. Porque contemplo o céu eu pergunto (cf. v.4). A repetição é um método místico de se fazer aquilo como se fosse a própria respiração. Se você se embala nisto chega a uma fascinante iluminação, chega a um encontro com o Senhor que é a verdade de seu coração. É sacar as energias que brotam de dentro das fórmulas, é perceber a força divina que está naquela repetição de palavras. Por isso, os salmos eram recitados e até hoje continuam a ser recitados. Oração não é algo idílico, de elevação da mente, de louvação sentimental, êxtase... mas é, com um trabalho muito sério, tirar para fora uma inspiração que está ali. Para este ofício a liturgia, o rito, a celebração também ajuda muito.Na repetição do rito o homem vai aprendendo a não se distrair mas a dialogar com as suas perguntas.
Amanhã, continuaremos com a “Estrutura do Salmo”
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