SÃO DAMIÃO, O ESPAÇO ONDE JORRAM AS VIRTUDES DE CLARA E DAS CLARISSAS
Em São Damião, vivência fraterna é concretude do amor
As Clarissas que vivem em São Damião possuem naturalmente a humildade, esta fecundidade escondida; a força interior que não somente aparece, mas transparece. A grandiosidade recolhida da vida das Clarissas revela uma identidade que não precisa de publicidade. Fala por si só. No silêncio de São Damião, a revelação de uma consistência interna que vai mostrando levemente o mistério. A humildade é seu barulho. Por isso diz Celano: “Em cada uma brilha a gema da humildade que de tal modo conserva os dons concedidos e os bens recebidos dos céus que merecem as demais virtudes” (1Cel 19,3).
As Clarissas que vivem em São Damião habitavam o natural do Amor, e no natural da pureza onde beberam aquelas mulheres, nos leva à compreensão da virgindade. Quando o coração se aquieta na busca do Amado, o melhor da pureza nos é revelado. Abrir o coração para um Amor tão grande é não ter barreiras para o Sagrado. Simplicidade, silêncio e pobreza desciam sobre a pureza daquelas mulheres.
As Clarissas que vivem em São Damião nos ensinam que virgindade é transformar a energia do Amor para um outro Amado escolhido do coração: o Cristo Esposo. Mulheres autênticas, fizeram da vida naquele lugar o mais natural do Amor, realização e liberdade de espírito. Ao abraçar a profundidade do Amor, iluminam o mundo, com Clara, na claridade da luz que ultrapassa as paredes do Mosteiro. Por isto Celano diz: “(...)o lírio da virgindade e da castidade de tal maneira asperge todas com admirável odor que, esquecidas dos pensamentos terrenos, elas desejam meditar unicamente os celestes, e de fragrância dele nasce tão grande amor para com o Esposo eterno nos corações delas que a integridade deste sagrado afeto exclui delas o costume da vida anterior (...) todas foram marcadas pelo título da altíssima pobreza a ponto de mal ou nunca consentirem em satisfazer a extrema necessidade do alimento e da veste” (1Cel 19,4-5).
CONTINUA
FREI VITORIO MAZZUCO
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