CLARA DE ASSIS E SUAS PRIMEIRAS COMPANHEIRAS
O Amor é a única riqueza necessária das primeiras clarissas
Francisco de Assis muda o nome de Catarina para Agnes, isto é, Inês. Derivado de agnella (cordeiro, ovelha). Junto às filhas de Favarone vão morar Pacífica de Guelfuccio, Beatriz, irmã de Clara, e Hortolana, sua mãe. Narra Clara de Assis em seu Testamento: “Depois que o Altíssimo Pai celestial, pouco depois da conversão do nosso bem-aventurado Pai São Francisco, se dignou iluminar-me o coração para que, seguindo-lhe o exemplo, fizesse penitência, segundo a luz da graça que o Senhor nos comunicou através da sua vida maravilhosa e da sua doutrina, prometi-lhe voluntariamente obediência juntamente com as poucas Irmãs que o Senhor me tinha dado, logo depois da minha conversão.
Vendo o bem-aventurado Francisco que nós, embora frágeis e fisicamente sem forças, não recusávamos nenhuma privação, pobreza, trabalho, tribulação, nem humilhação ou o desprezo do mundo, e até julgávamos tudo isso as maiores delícias, como dos seus frades, alegrou-se muito no Senhor. E, movido de piedade para conosco, assumiu o compromisso, por si e por sua Ordem, de ter sempre por nós o mesmo cuidado diligente e a mesma atenção especial que tinha para com os irmãos. E assim, por vontade de Deus e do nosso bem-aventurado pai Francisco, fomos morar junto da igreja de São Damião, onde em pouco tempo o Senhor nos multiplicou por sua misericórdia e graça, a fim de que se cumprisse o que tinha predito por seu santo. Pois, antes tínhamos morado em outro lugar, embora por pouco tempo” (TestC 24-32).
Em São Damião, Clara começa com a força comum da convivência. Entra no lugar despojado, um eremitério que mais tarde torna-se mosteiro. Um novo e forte modo de vida para a relação com Deus no modo contemplativo. Um silêncio de Amor, uma vontade de viver apenas no Amor por Ele. Por vontade de Deus e de Francisco, Clara e suas primeiras Irmãs ocupam o sagrado espaço de São Damião. A pobreza do lugar e a Pobreza escolhida pelas primeiras Clarissas revelam que o Amor é a única riqueza necessária. Elas tem como referência o Evangelho e uma confiança na Providência que as levam a abandonar-se nas mãos do Senhor. A Pobreza é sinal de amor exclusivo ao Amado; um amor que se alimenta de silêncio, reverência e preces, cada dia, momento a momento, por toda a vida. A Pobreza une a dimensão fraterna em extremo cuidado.
CONTINUA
FREI VITORIO MAZZUCO
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