Francisco de Assis, terapeuta da humanidade - final


Ele é porto e salvamento. Patrimônio do laicato e o maior cristão do ocidente. Uma pessoa aberta até ao contrário. Não via o infiel, nem o muçulmano que estava ali, mas sim um irmão.

Ele nos revela que Deus é onipotente não porque fez os céus e a terra, mas porque quis ser pequenino como nós, pode aguentar toda a tribulação humana e ser companheiro de nossa humanidade.

Ele é o homem da cortesia, isto é, cuidar do outro, fazer vibrar sempre na sintonia do outro.

Ele é o Pobre que diz que pobreza é dar-se, repartir, colocar em comum. Quando mais você divide, mais livre você é. Quanto mais você se entrega à vida, mais rico você se torna. Ele compreendeu que pobreza é estar disponível, ter contato de coração a coração, olho a olho, mente a mente com os outros. Ser livre é ser pobre e desapegado para ser para o outro.

Ele sempre está inteiro no que faz. Sempre sensível, compassivo e misericordioso.

Viver a vida com o coração é a sua identidade a abraçar a identidade de todas as coisas. Sentir o coração das coisas. Francisco sentia o íntimo de todas as coisas. Isso tem um sentido bíblico e um sentido oriental. As coisas têm coração, porque têm identidade. Sentir o diferente de mim, afinar-se e entrar em sintonia. Isto é a fraternidade universal. É tornar-se pedra, árvore, oceano e estrela. Não é a estrela estar lá e você aqui. É você virar estrela, tornar-se sol, transformar-se em lua. É ter esta união mística, uma fusão mística com a realidade.

Francisco de Assis é o homem Seráfico, isto é, o menor, o pequeno, o aberto ao ser angelical que transfigurou a sua vida. Reconstruiu o encontro entre Deus e a Humanidade na dimensão angelical: entrar onde a humanidade está, entrar no mundo e em todos os seres. Fez o encontro entre o alto e o baixo. Ele sacramentalizou as relações do humano ao universo.

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