FESTA DE SANTO: UMA ESPIRITUALIDADE BRASILEIRA - I
INTRODUÇÃO
Uma Introdução com jeito de DEFINIÇÃO
O estudo da Religiosidade Popular ganha evidência a partir de 1968, quando a Igreja da América Latina, na Conferência dos Bispos em Medellín, volta o seu olhar para a piedade popular, para o catolicismo popular, para a fé popular, um jeito de viver a fé na periferia do mundo. É a experiência religiosa de comunidades. Nesta experiência, o povo age com grande espontaneidade, autonomia, linguagem simples, grande sabedoria, linguagem corporal e simbólica, forte tradição oral, fórmulas bem decoradas ou improvisadas, muito sentimento e emoção, pouco clerical, não afastada, porém não muito atrelada à religião oficial.
É um fenômeno que não nasce por decreto de ninguém. Há muita dominação na faixa do sagrado, e as pessoas acham isto normal. É o encontro da fraqueza particular, ou de uma acomodação pessoal, com a face da fortaleza institucionalizada. A Religiosidade Popular quer ser forte junto com um povo forte.
Na religiosidade popular há um respeito muito grande para com os Santuários (o zelo, o tirar o chapéu, “ Deus vos salve Casa Santa”). É uma espiritualidade ligada à vida; pouco livro, improvisação jeitosa (enfeites de papel, adaptação de benditos, histórias ligadas ao santo festejado). Fé em Deus, em Nosso Senhor Jesus Cristo, nos Santos e Santas, é uma religiosidade católica que tem um comportamento natural diante de imprevistos; senso comunitário, muitas procissões, muita cantoria, valorização da festa, remédios, rezas e simpatias, bênçãos, e uma fé inquebrantável na certeza que as doenças serão curadas.
Continua
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