ESPIRITUALIDADE PARA UMA VIDA VIRTUOSA – 15

Chegamos num ponto de nosso percurso onde vamos tratar das Virtudes tipicamente Franciscanas. Já refletimos, preparando esta parte, sobre a Virtus in medio. Esta expressão vem de um ditado latino, muito em evidência no período medieval, que significa: a virtude está no meio.

Meio, aqui entendido como ponto de equilíbrio, a força que vem da harmonia. Um processo que inspirava os penitentes de então: a contínua eliminação de excessos para chegar à medida exata do coração, e com serenidade, superar as vicissitudes e perturbações. É como diz Hermógenes Harada: “Há a versão “soft” e a versão “hard” dessa harmonia preestabelecida. A “soft” diz que a pessoa virtuosa é sem tribulações e contrariedades. Sem cortes abruptos e sem pôr limites bruscos na sua personalidade. É como as águas mansas de um lago sem ondas. Está no gozo da harmonia perfeita, natural. Nela, dificuldades e desgastes, suores e sofrimentos do árduo mourejar estão superados e não podem existir. É a serenidade das águas mansas. A versão “hard” diz: o virtuoso é um lutador. Deve ser firme, impávido, estóico, imutável e disciplinado. Domina soberano todas as suas paixões. É senhor de si e das situações. É a fortaleza das rochas no meio das águas impetuosas”.

O caminho das Virtudes tipicamente franciscanas passa pela busca incansável dos dons e frutos do Espírito, pelos Conselhos Evangélicos, que são tantos, mas intensamente convergentes nos três conselhos que se tornam Votos: Obediência, Pobreza (sine proprium) e Pureza de Coração; e tem muita inspiração nos votos cavaleirescos. Se a força do Movimento que nasce naquele momento e move Assis, transforma-se em Ordem e abala o mundo, foi um caminho de virtuosidade, e que bebeu em seu tempo os anseios por uma qualidade humana; hoje também estamos numa época, em que na moral, na ética, na teologia, na espiritualidade, na filosofia de identidade, volta-se a falar de virtudes. Antigos tratados são retomados à luz dos desafios de novos tempos.
 
Continua

Comentários

Anônimo disse…
frei, chega de ilustrações e imagens do menino jesus loirinho de olhos azuis, ele era semita, e é extremamente raro semitas de olhos azuis, principalmente naquela época, vamos nos refazer dessa má fase de nossa historia humana, chega de racismo, eurocentrismo, sabes que esse detalhezinho insignificante é venenoso e cruel.
com boa intenção lhe escrevo, não como critica cruel