Maio, um mês dedicado à mãe divina
Estava relendo a Saudação à Bem-Aventurada Virgem Maria, de São Francisco de Assis, a sua meditação sobre a Ave Maria, e a sua ampliação desta prece. “Ave, palácio do Senhor! Ave, tabernáculo do Senhor! Ave, casa do Senhor! Ave, vestimenta do Senhor! Ave, serva do Senhor! Ave, mãe do Senhor!”. Este mês remete a dimensão maternal na comemoração de todas as mães. É o mês de Maria! Mães para celebrar a origem da nossa existência como filhos da terra, filhos da luz. É sempre bom fazer a Antífona do Ofício da Paixão, de São Francisco de Assis: “Santa Virgem Maria, entre as mulheres do mundo não nasceu nenhuma semelhante a ti, ó filha e serva do altíssimo e sumo Rei e Pai celeste, mãe de nosso santíssimo Senhor Jesus Cristo, esposa do Espírito Santo”.
Deus, que tudo pode e tudo podia fazer nascer de sua vontade, uma coisa Ele não quis: não quis ser Pai de si mesmo e se fez Mãe na Mãe Divina, a Mãe Maria, mulher escolhida pela sombra do Altíssimo para ser a Mãe de seu Filho e Mãe de todos nós. A força divina cria à sua imagem e semelhança uma obra-prima de seu afeto. O que é gerado no escuro do mistério é dado à luz. No ventre escondido da mulher, durante um novenário de meses, é germinada uma semente divina de onde sairá uma nova luz para o mundo. Neste mês celebramos a Mãe Maria e todas as mães. Ventre de mulher é como a Arca da Aliança, guarda com cuidado os sonhos de Deus para parir para a humanidade a vontade, os segredos, os caminhos do Senhor. A força divina realiza na mulher o milagre da reprodução. Vale citar aqui as belas palavras de Michel Quoist: “Sentia falta dela e então a fiz. Fiz a minha Mãe antes que ela me fizesse. Era mais garantido. Agora sou um Homem de verdade, como todos os homens. Nada mais preciso invejar-lhes, pois já tenho Mãe. Mãe de verdade. Estava sentindo falta dela”. Dá para entender Francisco quando ele diz que Ela é casa, palácio, tabernáculo, veste, serva, virtude, rainha, plenitude da graça, virgem feita igreja. Ave Maria, que coisa linda!
Imagem: "Francisco e Maria", de Francisco de Zurbarán
Frei Vitório Mazzuco OFM
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