As Caminhadas Franciscanas da Juventude


Tenho acompanhado com encantamento e orgulho a iniciativa de meu jovem confrade Frei Diego Atalino, OFM, com o suporte de confrades e da própria Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, em organizar as Caminhadas da Juventude. É como olhar pelos caminhos de Assis, e ver aquele jovem Francisco, munido apenas das Palavras do Evangelho, que convoca a ir pelas estradas do mundo sem alforje, sem bordão, apenas com a provisoriedade da hora, tempo, lugar, poeira e acolhida de muitas portas para muitos passos (Mt 10,9). De 1205 até 2016, Francisco inspira um jeito de ir sem armas, de não correr, mas entrar no ritmo do circundante.

Caminhar é desacelerar a pressa que invadiu o jeito de ir pelo mundo, na loucura de todos os meios que temos hoje para chegar, na neurótica rapidez que impede ver as beiras.

Tenho visto a juventude envolvida neste projeto tendo um novo modo de olhar a vida; percebendo que tem alguém ao lado, uma velha paisagem nova, uma convivência que inspira, ajuda, partilha, realiza pequenos e grandes gestos que revelam o encanto de ir junto. Esta juventude que caminha aprende também a parar, escutar, receber, motivar-se para tocar em frente. O mais bonito é a meta, o chegar lá. Não importam as bolhas nos pés e o cansaço se o coração está focado no mesmo espírito. Estes jovens estão caminhando na gratuidade e não competindo.

Eles não passam este ódio ideológico que impregna as caminhadas supostamente reacionárias. Mas andam com o direito de ser o que querem ser: jovens purificados pelo que a vida oferece quando se faz peregrino e forasteiro. Hoje tem tanta gente estagnada em fóruns políticos querendo decidir para onde devemos ir, sem levar-nos para lugar nenhum. Prefiro os jovens da Caminhada Franciscana da Juventude porque eles querem ir pela Casa Comum, em comunhão com todas as criaturas. Com suas canções, camisetas coloridas, danças e preces, fala, silêncio, celebração e profecia instauram um mundo melhor.

A Caminhada da Juventude é um grito na história, o anúncio de uma mudança, de uma transformação. Quem foi sabe o que estou dizendo aqui; quem não foi um dia vai ter na mochila um mundo de experiências para contar para quem vem vindo atrás! Vamos ‘diegando atalinamente’, com alegria e simpatia pelos Caminhos de Francisco!

Frei Vitório Mazzuco OFM

Comentários