ANO DA VIDA CONSAGRADA - Reflexão sobre os votos - II



O que distingue a pessoa religiosa consagrada de uma pessoa leiga é a dimensão comunitária e apostólica da vivência dos votos. O amor comporta uma dimensão comunitária. O amor leva a uma comunhão. A busca da perfeição não é individual, pessoal e egoística, mas é substancialmente comunitária. Não há felicidade se não houver uma fidelidade de uma busca conjunta, de cada dia, viver a perfeição cristã. Estudar os votos é repensar criativamente a nossa vida. Chamar à uma criatividade e serenidade pessoal e comunitária.

Fazer votos não é despir-se do próprio ser, mas revestir-se do Evangelho. Fazer Votos é um modo muito forte de orientar e ordenar o próprio ser no Amor e pelo Amor. Somente a lógica do Amor pode fazer compreender os Votos. Os Votos são a reafirmação e concretização dos Conselhos Evangélicos. O Evangelho diz e eu assumo em mim! Não são Votos isolados e autônomos. São aspectos articulados de uma única Vida Evangélica vivida em fidelidade e comunidade para fazer valer uma exigência radical de Vida Cristã. O Amor Verdadeiro exige uma entrega. Os Três Votos não são uma gratificação egoísta, mas sim sinais de uma dedicação a Deus e ao próximo. Através da dinâmica dos Votos alguém pode exprimir a plena profundidade de seu Amor. É uma implicação existencial de uma experiência de Amor e de Fé. Eu não posso fugir disso, se não a obediência vira descarregar a minha responsabilidade no outro ou no Superior; a pobreza vira a gratificação que recebo numa vida que me dá trabalho, conforto e segurança; e a castidade se transforma na fuga da minha capacidade de amar.

Continua

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