ANO DA VIDA CONSAGRADA - Reflexão sobre os votos - I



INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo sobre os Votos é o reecantamento da nossa Vida Religiosa a Luz dos Votos que professamos como instrumentos necessários para a nossa vida à serviço da vida. É, mais uma vez, redescobrir o Espírito da própria vida; a especificidade do próprio Carisma; preencher de inspiração Evangélica as nossas práticas e atualizar a encarnação do Carisma no tempo presente. Encarnação e não uma peça para ser exposta para a visitação. É fazer o que pede o Carisma: colocar a Vida Vivida a partir do Evangelho sobre o mundo. A nossa Vida Religiosa  é garantida pelo Evangelho e não apenas pelo Direito Canônico. Não podemos nunca perder o Espírito Primitivo de nosso Carisma.

A Vida Religiosa está inserida na Vida Cristã e é um dos fenômenos maiores entre os fenômenos religiosos da humanidade. Supera e precede no tempo e como fato histórico a vivência radical do Evangelho, a encarnação real do Evangelho. A Vida Religiosa tem que retomar a pureza original da Igreja Primitiva. Não é um voltar atrás, mas um beber na Fonte. As expressões de Vida Religiosa que brotam de sua vida são expressões de uma corrente belíssima de espiritualidade pré-cristã.

A Vida Religiosa é para as pessoas que amam muito e não para aqueles (as) que querem privar-se ou são privadas da sua capacidade de amar intensamente. Fazer Votos não é reprimir a capacidade de amar, mas ter um amor tão forte capaz de dar passos, cada dia, rumo à perfeição cristã. Todos os cristãos são chamados à plenitude do amor, à uma santidade heroica. “Diga seu sim total a Deus e prove!” (Santa Joana de Chantal ). Os três votos só podem ser compreendidos e vividos a partir da raiz do Amor. Não existe vocação para a vida religiosa abstrata, mas sim, a partir de cada pessoa consagrada, um grau de felicidade tal que mostre a encarnação concreta do amor em alguém.

Continua

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