A RIQUEZA DA ICONOGRAFIA FRANCISCANA – 12



O ESPELHO DE CLARA

Vamos encerrar este texto mostrando Clara como um Espelho de Luz. Vamos elencar palavras da Bula de Canonização de Santa Clara de Assis, escrita por Tomás de Celano a pedido do Papa Alexandre IV, em 15 de Agosto de 1255:

“Clara, preclara por seus claros méritos, clareia claramente no céu pela claridade da grande glória, e na terra pelo esplendor dos milagres sublimes. Brilha aqui claramente sua estrita e elevada religião, irradia no alto a grandeza de seu prêmio eterno, e sua virtude resplandece para os mortais com sinais magníficos (...) Esta Clara foi distinguida aqui por suas obras fúlgidas, esta Clara é clarificada no alto pela plenitude da luz divina. E a maravilha de seus prodígios estupendos declara-o aos povos cristãos.

Ó Clara, dotada de tantos modos pelos títulos da claridade! Foste clara antes da tua conversão, mais clara na conversão, preclara por teu comportamento no claustro e brilhaste claríssima depois do curso da presente existência. O mundo recebeu de Clara um claro espelho de exemplo: por entre os prazeres celestiais, ela oferece o lírio suave da virgindade.

Ó admirável clareza da bem-aventurada Clara, que quanto mais diligentemente é buscada em pontos particulares mais esplendidamente é encontrada em tudo. Brilhou no século e resplandeceu na religião. Em casa foi luminosa como um raio, no claustro teve o clarão de um relâmpago! Brilhou na vida, irradia depois da morte. Foi clara na terra e reluz no céu! Como é grande a veemência de sua luz e como é veemente a iluminação de sua claridade! Ficava esta luz fechada no segredo do claustro, mas emitia raios brilhantes para fora. Recolhia-se no estreito convento, e se espalhava pelo amplo mundo. Guardava-se lá dentro e emanava fora. Pois Clara se escondia, mas sua vida se manifestava; Clara se calava, mas sua fama clamava; trancava-se na cela e era conhecida pelas cidades afora.

Não é de admirar, porque uma luz tão acesa, tão luminosa podia esconder-se, deixando de brilhar e de dar uma clara luminosidade na casa do Senhor” (BC 1- 15).

A ladainha de Santa Clara traz estas invocações: “Santa Clara, espelho fiel de nosso pai São Francisco! Santa Clara, espelho de todas as virtudes! Santa Clara, brilhante luz de santidade! Santa Clara, espelho de paciência nos grandes males!

E Tomás de Celano descreve Clara de Assis como um Espelho iluminado pela virtuosidade: “Clara de nome, mais clara pela vida, claríssima pelos costumes” (1Cel 8,18).

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO

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