OS ÍCONES E AS IMAGENS VII

Pietà, de Michelangelo
Imagens são representações do Ser e da Luz Divina. Não podem ser objetos de idolatria. Sua função é didática sacramental. Ela representa  seu original que é o Transcendente. Ela representa uma porta que se abre para mais além, para o reino de Deus. Nela os extremos se tocam.

As imagens são canais indispensáveis para a comunicação e a atualização do espiritual. Volta a questão do Belo e do Bom. A Beleza é exterior e a Bondade é interior. Elas representam uma inteligência contemplativa.

O ser humano não cessa, a cada instante de sua existência, de interpretar e transpor a experiência imediata que ele faz de todas as coisas. Desta forma, ele dá um sentido aos fenômenos que verifica nos acontecimentos que vivem; essa interpretação se torna para ele a própria expressão da realidade. Tem a capacidade de ir além da aparência material das coisas, impregnando-as de uma significação especial.

A Imagem é uma experiência mística e espiritual. Ela é a comunicação desta experiência. Cada vez que o ser humano quer exprimir a natureza das suas relações que o unem ao divino, cada vez que ele quer estabelecer um diálogo com seres superiores, ele utiliza uma imagem simbólica. A Imagem por si só não é o divino; ela é hierofânica, mas a sua hierofania é feita através da linguagem humana. A imagem por si só é muda; ela fala pela expressividade que o humano lhe confere. Ela é uma realidade espiritual, um fenômeno sensível. Sem a Imagem, o divino ficaria inexprimível. Revelando o inexprimível e exprimindo o indizível, a Imagem religiosa facilita a passagem do imaginário à realidade ontológica.

Continua

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