Maio, o mês dedicado à Mãe de Deus

A mística franciscana diz que espiritualidade e afetividade não se separam. Maria é o afeto encarnado de Deus. A emoção e a ternura de nossa fé, que vindo num mês, numa festa, numa comemoração, vem para sempre. Maio inspira, pela mediação mariana, o jeito suave, sincero, filial, obediente e prazeroso da fé. Em Maria, Deus se fez família, é Filho, tem pai silencioso e trabalhador; tem lar e colo de uma mãe compreensiva e companheira. Na família, percebemos os mais vivos modelos do que entendemos por espiritual.

É preciso ter amor e cuidado para com nossas forças interiores. É preciso alimentar, num mundo agressivo e tenso, as nossas qualidades que moldam em nós a sensibilidade, a alegria, o carinho, a força amiga, a segurança, a tranqüilidade, a beleza e a gentileza. Que façamos disto uma nova e evocadora ladainha de cada dia e aprendamos o jeito de Maria. Obra prima da criação divina, Maria é a eterna energia de Deus, alimentando a nossa fé, não de um modo abstrato e vazio, mas muito próximo, íntimo e acolhedor. Em Maria, Deus quis experimentar o mais profundo do sentimento humano; e no Deus que nasceu de seu ventre, o humano experimenta sua carne divinizada.
Diante da Mãe de Deus, com os olhos fixos em seu olhar, percebemos que tudo é bpm e sagrado. O belo e o bom acontecem de um modo simples e espontâneo, sem forçar nada. Maria é o natural da reza e do rito. Em Maria, a prece flui naturalmente, nem precisa ser criada, ela já existe, ela já está ali. Em Maria, aprendemos que Amor é identificação e aproximação. Ela, com seu corpo e estado virginal, permitiu Deus se tornar visível. Deu à Luz a um Deus simples e singelo. Que Maio nos faça recordar esta verdade.
Imagem: Nossa Senhora, de Simone Martini

Comentários

Anônimo disse…
Belíssimo texto!!!Concordo com o Sr. no sentido que possamos compreender e atuar no mundo segundo este maravilhoso exemplo de mulher, mãe e pessoa humana. carinho,
Thereza