ESPIRITUALIDADE PARA UMA VIDA VIRTUOSA – 26

SOLIDARIEDADE: Francisco de Assis agrupou pessoas para viver com elas valores enraizados no Evangelho e no sonho da Fraternidade. O grupo primitivo de Francisco não passou despercebido porque teve um modo original de se expressar socialmente: viver simples, vestir-se simples, estar entre os simples, cuidar dos chagados e ajudar camponeses. Seus primeiros companheiros e pouco tempo depois, Clara de Assis e suas companheiras que se ajuntaram a eles, vieram de várias categorias sociais; mas o seu propósito tão claro, criou uma única classe humana: a dos que fazem o Amor ser realmente amado! Escolhem a itinerância e a contemplação como um modo de vida e isso os ajuda a viver o desprendimento, a mobilidade, o privilégio de não ter privilégios, a liberdade, a igualdade, e uma prática da caridade que garante a realização do Evangelho e uma visão de mundo muito sensível. Este grupo, sem usar este termo, viveu a solidariedade como a fecundidade social do amor.

Fazem a experiência de dar e receber; a experiência de esmolar; e a esmola não era só o que se recebia como doação ou que se oferecia prodigamente, mas era, sobretudo, estar no lugar onde estavam as necessidades dos doentes e leprosos, dos pobres e fracos, dos mendigos, dos lascados, dos excluídos, dos irmãos e irmãs, da gente marginalizada e desprezada. Aqui começa, para esta fraternidade, a primeira prática solidária: o que eu tenho eu dou, porque é preciso viver não para si mesmo, mas em favor dos que necessitam; e viver era suprir, oferecer, estar junto dividir, providenciar o necessário (cfr Rnb 9). Assim cresceram eles e todos os que participavam deste modo de ser, pois quem vai ao encontro da necessidade alheia devolve à pessoa a sua beleza e dignidade.

Porque decidiram viver nas ruas e pelos caminhos Assis, pelas estradas da Úmbria e do mundo, da portaria do mosteiro de São Damião para todas as portas abertas das necessidades sociais, perceberam os malvistos, os malcuidados, os mal educados, os banidos e os que são vítimas de preconceitos de castas e credos. É assim mesmo! Quem decidiu seguir as sendas de Jesus Cristo, consegue ver melhor o faminto, o preso, o nu, o sedento, o pequeno, o sofrido e o paralítico. Não tem como não filtrar tudo pelos olhos do Evangelho e suas práticas.

Continua

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