A libertação pascal (revisitada)
Publico aqui o texto do meu amigo Paulo Palladini:
"Nosso Deus não é um Deus morto, mas um Deus vivo", afirmou certa vez o arcebispo Dom Helder Câmara em sua mensagem pascal. E, provocativo, desafiando nosso cristianismo mambembe: "É fácil ser cristão de nome, de tradição, porque nossos pais nos batizaram. Não é fácil ser cristão de verdade”, isto é, viver o evangelho. Oportunas as palavras do velho arcebispo, o militante das causas apaixonantes. São muitos a falar em nome do Filho, em nome do Cristo. Dom Helder confronta o formalismo das práticas religiosas com o valor de uma vivência verdadeiramente cristã. Alerta-nos para a ênfase que é dada ao Cristo morto, à sua paixão e morte, em contraste com a ressurreição. Para ele o sentido maior da Páscoa Cristã é exatamente a ressurreição. "Vamos abrir muito mais espaço em nossa vida para a Ressurreição", conclamou. Proveniente da palavra latina ressurrectione, ressurreição significa ressurgir, de modo figurado morrer e renascer para outra vida, deixar morrer o passado, e reviver com outros valores. Notem que aí está contida a idéia de esquecimento; somente é possível ressurgir para uma nova vida se o que a pessoa foi no passado for esquecido. Para isso é preciso o perdão, tanto para si como para os outros. Porque "tudo isso só terá valor real na medida em que abrir nossos olhos e nos fizer descobrir o Cristo vivo que está em todo aquele que sofre, especialmente nos pobres, nos humilhados e oprimidos". "Ai de quem não abre sempre mais os olhos para o Cristo em quem sofre, em quem precisa da nossa compreensão e do nosso amor. De quem precisa de ajuda, mas, sobretudo, de justiça"... completou. Sua mensagem é clara e pode ser aplicada tanto à nossa vida material como espiritual, opondo assim a verdade à mentira, o altruísmo ao egoísmo, a justiça à injustiça. Pertencer a uma igreja não garante nada disso, nem a participação em todos os rituais é garantia, nem todas as rezas e orações, nem todos os sacramentos, se a pessoa não se fizer impregnar de uma profunda vivência religiosa. Um olhar comprometido com o sofrimento do outro. "Cristo liberta de todas as prisões". A Páscoa tem, para nós, o mesmo sentido de libertação que tem para os judeus. Não nos esqueçamos que esta celebração é de origem judaica, Pessach, quando é comemorada a libertação dos judeus do cativeiro no Egito há mais de três mil anos. Na tradição judaica é a festa do triunfo sobre o cativeiro, na tradição cristã, a festa do triunfo sobre a morte. Nas duas, a possibilidade de uma existência renovada.
Leia www. pc.palladini.zip.net
"Nosso Deus não é um Deus morto, mas um Deus vivo", afirmou certa vez o arcebispo Dom Helder Câmara em sua mensagem pascal. E, provocativo, desafiando nosso cristianismo mambembe: "É fácil ser cristão de nome, de tradição, porque nossos pais nos batizaram. Não é fácil ser cristão de verdade”, isto é, viver o evangelho. Oportunas as palavras do velho arcebispo, o militante das causas apaixonantes. São muitos a falar em nome do Filho, em nome do Cristo. Dom Helder confronta o formalismo das práticas religiosas com o valor de uma vivência verdadeiramente cristã. Alerta-nos para a ênfase que é dada ao Cristo morto, à sua paixão e morte, em contraste com a ressurreição. Para ele o sentido maior da Páscoa Cristã é exatamente a ressurreição. "Vamos abrir muito mais espaço em nossa vida para a Ressurreição", conclamou. Proveniente da palavra latina ressurrectione, ressurreição significa ressurgir, de modo figurado morrer e renascer para outra vida, deixar morrer o passado, e reviver com outros valores. Notem que aí está contida a idéia de esquecimento; somente é possível ressurgir para uma nova vida se o que a pessoa foi no passado for esquecido. Para isso é preciso o perdão, tanto para si como para os outros. Porque "tudo isso só terá valor real na medida em que abrir nossos olhos e nos fizer descobrir o Cristo vivo que está em todo aquele que sofre, especialmente nos pobres, nos humilhados e oprimidos". "Ai de quem não abre sempre mais os olhos para o Cristo em quem sofre, em quem precisa da nossa compreensão e do nosso amor. De quem precisa de ajuda, mas, sobretudo, de justiça"... completou. Sua mensagem é clara e pode ser aplicada tanto à nossa vida material como espiritual, opondo assim a verdade à mentira, o altruísmo ao egoísmo, a justiça à injustiça. Pertencer a uma igreja não garante nada disso, nem a participação em todos os rituais é garantia, nem todas as rezas e orações, nem todos os sacramentos, se a pessoa não se fizer impregnar de uma profunda vivência religiosa. Um olhar comprometido com o sofrimento do outro. "Cristo liberta de todas as prisões". A Páscoa tem, para nós, o mesmo sentido de libertação que tem para os judeus. Não nos esqueçamos que esta celebração é de origem judaica, Pessach, quando é comemorada a libertação dos judeus do cativeiro no Egito há mais de três mil anos. Na tradição judaica é a festa do triunfo sobre o cativeiro, na tradição cristã, a festa do triunfo sobre a morte. Nas duas, a possibilidade de uma existência renovada.
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