A NOVA VIDA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, DE TOMÁS DE CELANO - III
DESCOBERTA POR JACQUES DALARUN
Estou dividindo a apresentação desta Nova Vida em três partes. Na primeira, o contexto histórico da descoberta e da publicação; na segunda, as características; e agora, na terceira, selecionei alguns textos desta importante obra para o conhecimento de São Francisco e em negrito destaco os títulos que dividem a Nova Vida.
A Carta Introdutória
“(...) reduzi-a agora a um breve opúsculo e tomei o cuidado de escrever em um discurso sucinto e resumido os pontos essenciais e úteis, omitindo o desnecessário.”
“Queria colher e conservar o que é útil. A obediência suplicante, espero, receberá o fruto de sua devoção tanto na prolixidade quanto na brevidade, pois conforme a fé e o teor da história, ela segue em tudo a linha da verdade”
Primeira Leitura
“Pois ele era muito rico, não avarento, mas pródigo; não acumulava dinheiro, mas o dissipava desnecessariamente. Então, enquanto se dedicava aos negócios e circulava em diversas regiões transportando fardos de panos para vender, muitos experimentavam os benefícios de sua humanidade, por meio das quais ele mesmo cultivava a honra da amizade com todo gênero humano”.
Segunda Leitura
“Subitamente, de fato, ele se transformou em outro homem e renunciou às coisas com que tinha o hábito de se alegrar”.
Terceira Leitura
“Ao acordar, ele começou a animar-se com seu projeto e, sem compreender a inesperada transformação, espantava-se consigo mesmo em silêncio. Também dedicou a dirigir sua vontade para a de Deus e, afastando-se pouco a pouco do alvoroço mundano e dos negócios, aplicou-se a introduzir Jesus Cristo em seu homem interior”.
Quarta Leitura
“De maneira espantosa, ele que em pouco tempo se convertera inteiramente à obra de Deus, sentindo-se oprimido por carregar aquele dinheiro mesmo que por apenas uma hora e considerando seu lucro como areia, entregou-o para uso dos pobres a um pobre padre de uma igreja perto de Assis”.
Quinta Leitura
“Um dia, quando ele entrava na cidade de Assis vestido de tecidos vis, seu pai, sem a menor discrição, pondo a mão nele, de modo desonroso arrastou-o para casa. Tendo rejeitado assim, toda piedade, trancou-o por vários dias em um lugar tenebroso, somando golpes às palavras e, aos golpes, os grilhões. Mas isso o tornava mais convicto e forte para continuar aquilo que havia começado”
Sexta Leitura
“Chegando a um mosteiro, ele foi tratado como nada e apenas autorizado a servir na cozinha como lacaio. Por fim, como ninguém olhava para sua nudez com piedade, levado pela necessidade, afastando-se de lá, obteve uma pequena túnica de um de seus antigos amigos da cidade de Gubbio”.
FREI VITORIO MAZZUCO
CONTINUA
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