EVANGELIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO - 12

 


Desde as origens, a Igreja procurou ser promotora do saber, das ciências, das artes, da cultura. Já no século II d.C apareceram, sob o seu impulso, centros de cultura cristã, os chamados didascália, entre os quais sobressaíram os de Alexandria, no Egito, de Esmirna e de Edessa, na Ásia Menor, e de Roma. Um momento importante na história da cultura universal-sem falar da contribuição dada pelas abadias beneditinas na Idade Média – foi a fundação, a partir do século XII, das universidades de Bolonha, Pádua, Paris, Oxford, Salamanca e outras promovidas, de um modo ou de outro, pela Igreja. Com a presença marcante da Igreja na atividade educacional nos séculos XII-XIV, é normal que as universidades tenham procurado uma integração, no saber, entre ciência e fé. Nesse período, a universidade plenamente integrada compreendia quatro faculdades: Teologia, Direito, Medicina e Artes. As épocas da Renascença e do Iluminismo marcam a crise desse modelo: o famoso Institut Catholique de Paris lembra pelo termo, o fato que, por muito tempo na França, uma instituição católica não podia receber o título de “universidade”. Desse modo, quando os Estados passaram a fundar universidades, a Igreja continuou promovendo a ciência e a cultura em centros acadêmicos próprios (Obra citada,22).

Por que a Igreja Católica continua à frente de universidades, sobretudo em tempos de crescente diversidade religiosa, de agnosticismo e de ateísmo? O cardeal John Henry Newman, a pedido da hierarquia da Igreja na Irlanda, por volta de 1850, se empenhou em apresentar o que foram se tornando os fundamentos de uma universidade católica (...) O que tem a ver a religião com a ciência? Como se pode conceber um direito católico? Ou uma engenharia ou uma matemática católica? Não seria melhor que a Igreja aconselhasse seus fiéis a entrarem nas universidades leigas e aí, nas cátedras, fazer seu apostolado? Que a Igreja queira ter os seus estabelecimentos de Ensino Superior é lícito, mas como e até quando irá resistir à concorrência das outras universidades, principalmente as do Estado, que contam, em geral, com mais verbas? (Obra citada,23). 

Parimos da concepção de universidade entendida como  Studio Generale ou escola de conhecimentos universais, uma instituição de Ensino Superior que compreende várias faculdades destinadas à investigação e à pesquisa científica e que confere graus acadêmicos correspondentes, uma vez que toda universidade tem entre seus principais objetivos preparar culturalmente pessoas capacitadas a dirigir a sociedade, dando-lhes uma formação integral pela aquisição da verdade, por meio da pesquisa científica. Portanto, a universidade, qualquer que seja a sus especificidade, terá que unir mestres e discípulos para a obtenção desse sublime escopo” (Obra Citada, 24).

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO FILHO 

Imagem: RETIRO NA USF NESTE ANO


Comentários