EVANGELIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO - 11

 


2.3 Fundamentando mais algumas ideias sobre a Evangelização na Educação

Este tema é muito importante que gerou uma obra muito necessária: Universidade em Saída – Identidade e Missão à luz do humanismo integral, Edições CNBB, autor José Abel de Souza. Vou reproduzir aqui algumas ideias deste livro que ajudam a fundamentar o tema. Dom Joaquim Mol, ao apresentar o livro diz: ” (...) esta obra é uma explicitação do que é o humanismo cristão, o humanismo integral, como elemento chave não apenas para a compreensão da identidade e missão de uma universidade católica em saída, mas para operar a identidade e a missão, de modo que aquilo que compreendemos é também  aquilo que praticamos, experimentamos e vivemos no cotidiano da comunidade universitária que mistura sem confundir e distingue sem separar, um corpo discente, um corpo docente e um corpo técnico-administrativo em diálogo e interações permanentes, com vistas a cumprir bem seu papel no mundo, pois a universidade católica é um meio de evangelização quando valoriza o conhecimento em si mesmo e quando o coloca na fecunda e ambiciosa relação com o seu entorno socio-existencial e ambiental” (Obra citada,p.12).

“Todos nós, de algum modo, nos damos conta das rápidas e sucessivas transformações socioculturais, das múltiplas e desconcertantes leituras da realidade à nossa volta. Esse fenômeno atinge todos os setores sociais: família, ensino, cultura, política, economia. Todos somos um pouco estrangeiros na atual sociedade, uma vez que não conseguimos conhecer, e, portanto, não dominamos toda a sua enorme e variada realidade (...). Defenderemos que evangelização e humanização se complementam e se fundamentam na antropologia teológica cristã, que apresenta a premissa segundo a qual o ser humano só se realiza plenamente enquanto ser relacional” (Obra citada, p.19).

Diálogo, integração, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade são todos termos atualmente usados com frequência para indicar o método com o qual se quer caracterizar a abordagem do saber. Hoje existe uma postura de reconsideração do caminho da ciência. A “virada” apenas aconteceu quando o ser humano procurou refletir não apenas sobre as “leis da natureza”, mas sobre si mesmo, questionando o rumo da ciência que, quando não estava a serviço do ser humano, acabava por destruí-lo, como foi o caso das duas guerras no século XX, a idolatria da máquina que degenera o ser humano e estraga o mundo e as desigualdades socioeconômicas existentes de norte a sul do planeta. (Obra citada, 21).

No que diz respeito a a universidade católica vale salientar que a universidade é, nas suas origens, uma das expressões mais significativas da solicitude da Igreja. O seu nascimento está ligado ao desenvolvimento das escolas constituídas na Idade Média pelos bispos das grandes sés episcopais. Embora as transformações da história tenham conduzido  a  Universitas magistrorum et scholarium,  a tornar-se cada vez mais autônoma, nem por isso a Igreja deixou de nutrir por ela menos solicitude que na origem de sua instituição, uma vez que o contato do cristianismo com o mundo da cultura sempre suscitou, na Igreja, o problema de integrar ciência e fé. (0bra citada, 22)

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO FILHO 

Imagem: RETIRO NA USF NESTE ANO


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