A RIQUEZA DA ICONOGRAFIA FRANCISCANA – 6



O FRANCISCO DE CIMABUE

Artista verdadeiro sente, vive e mergulha no significado amplo e universal do que contempla, vê, reproduz, medita e realiza. Pintar Francisco de Assis é entrar na verdade da existência num encontro entre o humanismo profundo e o cristianismo mais fontal. A simplicidade de Francisco sempre foi para os artistas uma evocação iconográfica; pintar uma tela é revelar a profundidade de uma vida, é a ciência da contemplação.

Quantos quadros de Francisco encontramos nas paredes da história! Uma galeria universal onde observamos a obra para ver a vida mais presente em nós. Francisco de Assis e os artistas nos trazem a vida para a experiência do cotidiano com mais intensidade. O pintor está no mundo da sensibilidade e trabalha a sensibilidade de tal maneira que entra na luminosidade da Inteligência. A tinta espalhada na tela deixa transparecer a profundidade em que ele está.

Vamos destacar aqui um quadro que tornou-se uma representação simples, singela humana e divina de São Francisco de Assis, o Francisco de Cimabue. Cenni di Pietro Giovanni Cimabue viveu entre 1240 a 1302. Nasceu e viveu em Florença, na Itália. Um pintor que se especializou em mosaicos e afrescos. Seu maior discípulo foi Giotto. Cimabue seguia a tradição e o estilo bizantino. Ele trata as imagens como indivíduos. A sua pintura unindo este estilo e um modo muito popular, ganhou notoriedade. O seu nome está na Divina Comédia de Dante Aligheri.

A sua pintura de São Francisco está na Basílica Inferior. Simplicidade e majestade se unem em perfeita harmonia. As mãos do Santo seguram o Evangelho revelam as chagas e a túnica rasgada mostra também a chaga no lado do peito. Esta imagem é muito eloquente e revela o retrato descrito por Tomás de Celano: “Quão belo, quão esplendido, quão glorioso se manifestava na inocência de vida, na simplicidade das palavras, na pureza de coração, no amor a Deus, na caridade fraterna, na obediência ardorosa, no serviço cordial, no aspecto angelical. Delicado nas maneiras, tranquilo por natureza, afável na palavra, muito conveniente na exortação, fidelíssimo ao que lhe era confiado, previdente na deliberação, eficiente no trabalho, simpático em tudo. Sereno no pensar, brando no ânimo, sóbrio no espírito, absorvido pela contemplação, assíduo na oração e fervoroso em tudo.

Firme no propósito, estável na virtude, perseverante na graça e sempre o mesmo em tudo. Veloz para perdoar, lento para irar-se, inteligência livre, memória brilhante, sutil em discutir, circunspecto em escolher e simples em tudo. Rigoroso para consigo mesmo, compassivo para com os outros, discreto para com todos.

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO

Comentários

Mar e Brisa disse…


EU CONHECI MUITOS ROSTOS DE MENINO-JOVEM OLHANDO ASSIM, SEM SABER O QUE VÊ, SEM


VONTADE DE SABER SE DEVE PERGUNTAR : POR QUÊ, SENHOR ?