A MÍSTICA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - 19
A MÍSTICA DA UNIÃO CÓSMICA – O Cântico das Criaturas
Sabemos da psicologia de São Francisco, ardente e fogosa, que ele queria o que queria, com grande paixão e profundidade. Como jovem nutria uma paixão imensa; queria ser grande e ser conhecido no mundo. Sonhava tornar-se um grande cavaleiro, um príncipe. Depois sua ambição se espiritualizou, mas não permaneceu menos ambiciosa. Na Vita Secunda, narra Celano que um dia Francisco, já convertido, pergunta aos irmãos: “De que coisa pensais vós que eu mais me alegro?”- Ele mesmo responde: “Serei venerado como santo por todo o mundo”. Ao longo da vida, contudo, foi redescobrindo cada vez mais o mistério de Deus. A palavra Altíssimo e ninguém é digno de mencionar Teu nome, revela sua alma não mais possessiva e ambiciosa. Não renuncia ao Altíssimo. Renuncia à posse do Altíssimo.
Na primeira estrofe revela duas coisas: A paixão de Francisco para o alto, para o mistério. Mas essa paixão é livre de toda ambiguidade, purificada de todo o desejo de poder e vontade possessiva. Está nu e pobre diante de Deus. Só Deus é Deus. Só Deus pode falar a linguagem do divino. E Francisco deixa Deus ser Deus. Não quer enquadrá-lo dentro de categorias humanas. Abre então outro caminho, o caminho da humildade, da encarnação nas criaturas.
São Francisco fala das criaturas. Canta, contudo, de uma forma que elas falem sempre do Inefável, do Altíssimo do qual são sinais. O verso “Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas” mostra a transição do silêncio para a fala que deve articular o silêncio.
Imagem: "São Francisco de Assis", do pintor espanhol Murillo
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Sabemos da psicologia de São Francisco, ardente e fogosa, que ele queria o que queria, com grande paixão e profundidade. Como jovem nutria uma paixão imensa; queria ser grande e ser conhecido no mundo. Sonhava tornar-se um grande cavaleiro, um príncipe. Depois sua ambição se espiritualizou, mas não permaneceu menos ambiciosa. Na Vita Secunda, narra Celano que um dia Francisco, já convertido, pergunta aos irmãos: “De que coisa pensais vós que eu mais me alegro?”- Ele mesmo responde: “Serei venerado como santo por todo o mundo”. Ao longo da vida, contudo, foi redescobrindo cada vez mais o mistério de Deus. A palavra Altíssimo e ninguém é digno de mencionar Teu nome, revela sua alma não mais possessiva e ambiciosa. Não renuncia ao Altíssimo. Renuncia à posse do Altíssimo.
Na primeira estrofe revela duas coisas: A paixão de Francisco para o alto, para o mistério. Mas essa paixão é livre de toda ambiguidade, purificada de todo o desejo de poder e vontade possessiva. Está nu e pobre diante de Deus. Só Deus é Deus. Só Deus pode falar a linguagem do divino. E Francisco deixa Deus ser Deus. Não quer enquadrá-lo dentro de categorias humanas. Abre então outro caminho, o caminho da humildade, da encarnação nas criaturas.
10. Diante do inefável deve imperar o silêncio. Mas como o humano não é pedra, ele fala. Seu falar, contudo, a partir do Inefável e Altíssimo, deverá desembocar de onde veio: do Altíssimo. Mas deve-se falar assim, que ao falar, deixa o mistério falar através de sua fala.
São Francisco fala das criaturas. Canta, contudo, de uma forma que elas falem sempre do Inefável, do Altíssimo do qual são sinais. O verso “Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas” mostra a transição do silêncio para a fala que deve articular o silêncio.
Imagem: "São Francisco de Assis", do pintor espanhol Murillo
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