A MÍSTICA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - 16


A MÍSTICA DA UNIÃO CÓSMICA – O Cântico das Criaturas

7. O Hino contém ainda duas outras estrofes. Foram acrescentadas posteriormente. O Cântico foi composto no outono de 1225. A última estrofe celebra o perdão e a paz alcançada pelo santo que mediou uma rixa entre o prefeito e o bispo de Assis, e foi composta em julho de 1226. A última estrofe celebra nossa irmã a morte corporal e foi inspirada pouco antes do trânsito de São Francisco, nos primeiros dias de outubro de 1226.

Elas se destacam do hino. Não mais o cosmos que é cantado, mas o cosmos humano, inserido dentro da fraternidade cósmica. É uma fraternidade conquistada entre tensões e sofrimentos, graças a um amor que supera o ódio e a angústia da morte. São Francisco quis acrescentá-las ao canto. Elas, na verdade, fazem-lhe parte e se originam da mesma inspiração fundamental.

O hino quer cantar e comemorar a união mística de tudo com Deus. Não podia deixar o humano fora, na sua tribulação. O hino se abre ao mundo humano, estigmatizado por conflitos e pela angústia da morte. O mundo cósmico não seria totalmente reconciliado no matrimônio universal se não inserisse o mundo humano. O humano se concilia com o outro humano. O humano se reconcilia com a morte, aceitando a sua existência mortal. Integra a morte a vida. Aceita-a não como uma bruxa má, mas como a irmã que nos introduz na casa da Vida e do Amor.

Continua

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