A Compreensão Franciscana do Homem - 19ª parte


Ser nobre é dar um sentido a tudo o que se faz. É não gastar e desgastar a vida por pouca coisa, é ter uma medida de grandeza. “A grandeza de uma época depende da quantidade de pessoas capazes de sacrifícios qualquer que seja o objeto destes sacrifícios... Dedicação é sua palavra de ordem! Dedicação é não apenas garantia de um soldo seguro. Com que coisa começa a grandeza? Com a empenhada entrega a uma causa... a grandeza é uma ligação entre um determinado espírito e uma determinada vontade” (26)

Ser nobre é ter uma ambição sadia. Não é uma vontade egoísta, porém é uma vontade que visa uma plenitude. Se quer ser, tem que ser o melhor! O entusiasmo aparece como uma força, como um sonho, um impulso. É um fenômeno sonhar, querer, buscar! Isto caracteriza a nobreza de Francisco: este impulso interno para algo que vale a pena viver, algo em que vale a pena investir. É tão convicto de seu sonho, de seu ideal, que não se sente ofendido quando um companheiro de prisão o considera louco. Mesmo nesta situação não perde a sua postura de nobre. Ser nobre é ser transparente, sereno, não agressivo, ser cada vez mais nítido e seguro naquilo que se quer.

(26) Esta é uma “afirmação de Jacob Burckhardt, defendendo a grandeza do Mundo Medieval como a nossa “real existência”. Texto citado por H. Fuhrmann, Guida ao Medioevo, 24.

Na imagem, a transparência e a nitidez da água ao focar um cardume.


Amanhã, a continuação deste artigo

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