A Compressão Franciscana do Homem - 11ª parte



Estar dentro de uma estrutura religiosa, para o medieval, era moldar um comportamento. Entra-se numa organização para trabalhar um modo de ser. É definir bem o lugar do encontro. É não perder a própria identidade e não ter dificuldades com certos esquemas tais como: superior, súdito, servo, obediência etc. Entrava-se ali para fazer uma experiência e testar uma coerência de vida. A organização era respeitada como vontade de Deus e esta falava nos princípios herárquicos. O medievalista Lê Goff diz que “sob o plano social e político, o homem medieval obedecia superiores, clérigos, reis, senhores, chefes municipais. Sob o aspecto intelectual, mental, religioso, obedecia tudo o que o cristianismo histórico lhe impunha: Bíblia, os Padres da Igreja, os Mestres...”(16) A autoridade tinha um valor abstrato e superior. A grande virtude exigida tinha bases religiosas e chamava-se: obediência.
Francisco integrou-se neste espaço cultural e estrutural de regras, votos e fidelidade e até privações, para submeter-se e cumprir o que havia prometido.

(16) J. Le Goff, L’Uomo Medievale, 37.


Imagem do artista plástico Beto Coelho

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