A Compreensão Franciscana do Homem - 12ª parte


3. A luta entre o bem e o mal

O medieval não foi um personagem tranqüilo. Estava sempre em luta, numa luta que ia além das suas possibilidades; luta entre o Bem e o Mal, entre Deus e o Demônio. Por isso mesmo não se acomoda, está sempre em estado de batalha. É preciso limpar dentro de si e na vida aquilo que não é bom, é necessário chegar a uma retidão de vida. Não adianta lutar por uma ordem externa se o interior não tiver conquistado a própria harmonia. Com isto podemos entender por que nesta fase da história florescem os ascetas, monges e penitentes.
Ao eliminar os vícios se nasce para uma postura mais nobre, mais livre, mais digna e muito mais transparente. Esta realidade encontramos no testemunho dos textos franciscanos, num modo muito simples de mostrar como a comunidade primitiva franciscana, vencendo “este gênero de espíritos malignos”(RnB 3,1), ia firmando a sua vida num ideal muito grande. Superar tentações, pecados, demônios... pertence ao caminho da perfeição, é um processo de ir aparando arestas: “Todos os irmãos se ocupem ardorosamente em trabalhos honestos, pois está escrito: Entretém-te sempre nalgum bom trabalho, para que o demônio te encontre ocupado” (RnB 7,10) .

Imagem de Michelangelo, "Expulsão do Jardim do Éden"

Amanhã, a continuação deste artigo.

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