EVANGELIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO - 10


 2.2 – Como estar na Educação

Nas Fontes Franciscanas, encontram-se vários elementos que qualificam São Francisco de Assis como “mestre de vida integral”. Narra-se acerca de muitos pequenos gestos de amor, cortesia, respeito, gratidão e bondade que atestam a sensibilidade de Francisco como educador e evangelizador.

Como educador e evangelizador, Francisco tinha a preocupação de primeiramente praticar o que, em seguida, havia de ensinar por palavras. Pois, uma educação libertadora requer coerência de vida com os valores que verdadeiramente libertam e promovem a vida integral da pessoa.

A presença franciscana no mundo, especialmente no campo da educação, caracteriza-se pelo modus vivendi, ou seja, pela sua maneira amorosa de ser e fazer todas as coisas.  O educador franciscano valoriza cada pessoa na sua individualidade e nas suas múltiplas relações com os semelhantes, com todos os seres da criação e com o Criador.

Há muitos desafios como oportunidade de crescimento, de revitalização do carisma franciscano e do ardor missionário:

>> Ser presença evangelizadora com valores franciscanos e com a qualificação humana e profissional que o serviço exige.

>> Oferecer educação de qualidade aos professores, alunos e colaboradores, à luz da espiritualidade evangélica e franciscana, visando a Criar mais espaços de encontro e diálogo intercultural e inter-religioso, respeitando as crenças, valores, aptidões e vicissitudes de cada pessoa.

>> Dar mais visibilidade ao Carisma Franciscano nas entidades de ensino. 

>> Formação integral e transformacional do ser humano e da sociedade.

>> Envolver sempre os educandos nos projetos de missão e solidariedade que desenvolvemos.

>> Fortalecer as atividades pastorais: familiaridade com a Palavra de Deus, reflexões, retiros, celebrações litúrgicas e encontros de formação franciscana.                 

>> O anúncio do Evangelho e do nosso estilo de vida às culturas profissionais, científicas e acadêmicas, como “encontro entre fé, a razão e as ciências, criando predisposições para que o Evangelho seja escutado por todos” (EG 132). Dessa forma, os espaços pedagógicos e acadêmicos tornam-se meios favoráveis à evangelização e à interação, acolhida e respeito às diferentes culturas.

>> A cultura do encontro, da alteridade e do diálogo aberto e respeitoso com as realidades multiculturais e inter-religiosas, propiciando relações de reciprocidade e de promoção da unidade, da justiça e da paz.U

>> O uso responsável das novas tecnologias.

>> As escolas e universidades como âmbitos privilegiados para pensar e desenvolver atividades evangelizadoras de modo interdisciplinar e inclusivo.

>> Incluir o Projeto de Evangelização nas disciplinas institucionais (Estudo do Ser Humano Contemporâneo – ESHC, Ética e Empreendedorismo).

>> Apoiar, estimular e implantar o Projeto Virtudes e Atitudes.

Temos também alguns riscos e tentações:

>> Estar na educação sem perspectiva de evangelização, sem referência da fraternidade, sem um projeto comum.

>> Conformar-se com o neoliberalismo que faz da educação uma oferta de mercado, seguindo a lógica empresarial.

>> Perpetuar-se nas funções com personalismo e inflexibilidade.

>> Contentar-se em dar um verniz franciscano à Instituição enquanto sua filosofia é dada por outros.

>> Não cair no tecnicismo, na competitividade voraz de lucratividade e produtividade.

>> Não assumir com convicção uma identidade franciscana, cristã e católica.

>> Fechar-se apenas na própria atividade e setor, renunciando a comunhão que torna o esforço    mais eficaz.

>> Não ir ao encontro dos que estão nas periferias existenciais e geográficas.

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO FILHO 

Imagem: NOITES DE ORAÇÃO INTER-RELIGIOSA PELA PAZ NO MUNDO – ESPÍRITO DE ASSIS NA UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO 2022

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