A MÍSTICA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - 3


Justino (início do I século até 163) é o primeiro escritor cristão a discorrer sobre a relação do mistério cristão com o mistério pagão. Derivados de MÚEIN são também os significados de: realidade secreta, velada, escondida, de não imediato acesso de comunicação, e que pertence a ordem religiosa ou moral.

Não encontraremos jamais o termos MISTIKÓS na Bíblia. O primeiro a introduzir no vocabulário cristão o adjetivo MISTIKÓS foi Clemente de Alexandria (150-215), que usou o termo mais de 50 vezes em sua obra. E aqui o vocabulário era usado como: os segredos e modos da manifestação da realidade divina oculta na Sagrada Escritura, no Rito e na Prece.

Clemente de Alexandria é aquele que introduziu o conceito cristão de mística como CONHECIMENTO DO MISTÉRIO ESCONDIDO EM DEUS. Para Clemente, o cristianismo é uma mística fortemente acentuada, modificando no sentido cristão os mistérios pagãos, e manifestando aos pagãos um novo e verdadeiro mistério: aquele que é capaz de trazer purificação e salvação.

O termo Teologia Mística aparece pela primeira vez na história do cristianismo com o Pseudo-Dionísio, o Areopagita (V e VI séculos) que escreveu um tratado com este nome. A sua obra tem um caráter metafisico e especulativo. Não destaca um tipo particular de experiência, mas sim o CONHECIMENTO DO MISTÉRIO DE DEUS.

Aqui entra pela primeira vez o caráter estético da mística. Ele descreve a natureza divina entre o Belo e o Bom, o Eros e o Ágape, que são os nomes luminosos de Deus.

Eros não é atração física, mas a mais pura imagem do pleno sentido da unidade do Amor divino e uno. O escondimento e a revelação de Deus. Todas as criaturas manifestam o Criador e ao mesmo tempo o escondem. O universo é uma imagem necessária de Deus, mas ao mesmo tempo é incapaz de representar Deus. A partir do momento que o caminho da negação é usado, Deus é conhecido de modo mais profundo mediante a total incapacidade de dizê-Lo. A ignorância é a verdadeira GNÓSIS.

Continua

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