NOS PASSOS DE FRANCISCO – 2


Vem de uma história de estrada feita com setas indicativas de que estavam no rumo certo. Em 1209, Francisco vai a Roma com nove companheiros e apresentam ao Papa os primeiros propósitos. O Papa ganha um sonho e Francisco uma bênção papal, não uma Regra. A Bênção foi entendida como aprovação e o Movimento de Assis nasce e cresce como uma Bênção. O Papa precisou apenas de uma aprovação verbal, sem chancela curial, pois sabia que ali estava a força originante do Evangelho.

Em 1976, com um texto no livro Herança Franciscana, retomei a ideia de Movimento argumentando que a história é uma sucessão de movimentos que vão criando a dinâmica dos fatos, das atividades, das conquistas científicas, das diversas experiências religiosas, da diversidade de pensamento. A vitalidade das etapas históricas é um encadeamento de buscas, de questionamentos, de complementação, de preenchimento de lacunas, de mudanças de posicionamentos. Passa-se de uma época à outra, de um lugar a outro numa mutação quantitativa e qualitativa; a realidade de um sujeito permanente que muda de lugar e que se transforma.

O movimento nos permite tornar algo melhor que dê um acabamento mais refinado a vida, é receber, passar, assimilar, mover, dar, adquirir, tudo numa paixão que envolve paixão, ímpeto, força viva. Enfim, movimento é um fator que engloba, integra e unifica todos os elementos que existem num grupo de vida e determina o seu modo de ser, a sua identidade. Movimento é um marco dentro do qual se combinam diversos elementos entre si e conjuntamente contribuem para a formação de uma proposta espiritual, social, política, ou qualquer outro arranjo existencial. (cf Moreira Alberto da Silva, Herança Franciscana. Festschrift para Simão Voigt, OFM, Vozes-USF, Petrópolis, 1996, pg 77).

CONTINUA

FREI VITORIO MAZZUCO FILHO

Imagem: captura de tela do filme "Irmão Sol e Irmã Lua"


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