ITINERÁRIO A ASSIS -2
Não posso ir a Assis como ir a qualquer lugar para fazer uma viagem de turismo. Há certos lugares que evocam um mistério que sacode a alma. É gostoso pronunciar em italiano o nome da cidade: Assisi! O som sai agradável e sibilar, uma leve melodia de assovio, como quando se anda descontraído, lábios contraídos e circulares soando alguma canção no ritmo feliz dos passos. Estar num lugar bonito é como cantar. Na encosta do Monte Subásio ali está a cidade que é o coração do mundo. Para muitos, Nova York é o coração do mundo; ou Paris, Budapeste, Viena ou Praga. Tenho motivos para dizer que Assis é o coração do mundo, pois é como se o coração de todos batesse mais leve ali. Assis tem este jeito de domar corações com sua leveza. Quem chega ali fica um pouco melhor ou permanece para sempre. Pode até sair de Assis, mas a cidade vem junto grudada para sempre na emocionada lembrança.
Como pode uma cidade lá dos anos 1100, feita de pedras rosas e brancas, lava vulcânica, admirável arquitetura medieval, emoldurada por uma paisagem cativante, com o seu ar de civilização etrusca e romana, ser o destino de milhares e milhares de pessoas? Será que é sua história de nobres e plebeus? Das gestas cavalheirescas ou das calendas de maio? Ou será porque ali dormem serenamente, e com gosto de que tudo valeu a pena, os restos mortais de Francisco e Clara? Restos mortais? Não! Sementes de vida plantadas naquela terra fecunda e que frutificaram ali e cujos frutos alimentam o mundo.
Não posso ir a Assis de qualquer jeito; tenho que chegar lá com o respeito àquela gente que ali habita e que guarda orgulhosa uma memória: seu casal santo é eterno. Motivo de silenciosa alegria, enormes basílicas, multidões de peregrinos, uma muralha que em vez de esconder, revela. Assis é bela porque é belo o ideal que nasceu ali. Um ideal que é igualzinho suas estradas, ruelas, casas, palácios, arquitetura, estética, luz, paredes, afrescos, eremos, praças, natureza e arte, legendas, cantos e esquinas a cuidarem de um mistério inviolável e perene.
Não posso chegar ali de qualquer jeito porque a minha alma busca a alma de Francisco e Clara; e na sintonia perfeita da paisagem do lugar, as almas se encontram. Está tudo ali de um modo sensível e vivaz. Conhecer Assis é conhecer a fundo o melhor do humano e o melhor de Deus. Se todos os caminhos levam a Roma, Assis leva para um caminho espiritual. Dá uma vontade de ir lá para conferir se o Poverello e a Sorella estão vivos. De certa forma estão: há um eco de seus passos, da Palavra Sagrada que incendiou suas vidas, dos lugares que eles viveram e os quais poderei tocar com as minhas mãos, entrar, sentar e sentir um segredo fascinante que, de repente, é revelado...
Acompanhe a viagem!
Comentários
Boa viagem !
Marcelo
Grande abraço
Boa Viagem
Conto os dias, horas e minutos, para poder sentir o que Frei Vitório nos fala...
OBRIGADA!
Paz e Bem
Conto os dias, horas e minutos, para poder sentir o que Frei Vitório nos fala...
OBRIGADA!
Paz e Bem